VÉSPERAS

A negra sombra do fio da lua

assombrou a serpente em

sua cauda de fantasia,

amava-te em frases perjuras

espiava-te senhor do amanhecer

e esquecia-me sobre o sol

- verde véspera –

das notícias malevolentes

que levaram-me

santa pontífice navegadora

a espiar enviesada

uma suave passagem

semáforo e sombra

fugas fugazes do meu ser.

No dia demarcado te darei

três pontas da flor amarela

nave trevo entressafra

Minhas mãos enfraquecem

e não se formam

no molde cor de marte

que se arrasta na encosta

aqui no árido vale da morte

os ventos se envaidecem

de nuvens e grinaldas

tules de aspargos e

vazadas aspirações .

Malvada maldita colheita

estimo em cem tantos mil

os passos que contei

chamuscando os seios

nas setas indiferentes

...............................mas te aguardo com tamanha

contenção de euforia

que quase rezo em

cima de duas afrontas

a certeza do amor.

Vácuos de luz me acompanham

na reforma os vestidos e as vésperas

quatrocentos arroubos de incertezas

......... era quase já tanto tanto tarde

mais dia e muita pouca noite

eram tropeços trôpegos do silêncio

no seu colar de gestos e enfoques....

Jandira Zanchi
Enviado por Jandira Zanchi em 23/10/2011
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