O Rancho

Foi na sombra da oiticica,

la canto do meu roçado,

limpei todo aquele mato,

e depois foi bem ciscado,

lugar que serei beneficiado.

O potimho de água fresca,

na forquilha de três era posto,

nas horas de sede, éo socorro,

deixo a enxada e pra lá corro,

de cuia cheia bebo a gosto.

Ao chegar a hora de almoço,

sento na pedra e como o feijão...

depois me estiro na areia fria,

cochilo com os pássaros em alegria,

uma das coisas do Sertão.

A natureza nos dá tranquilidade,

debaixo daquele cenário,

na presença do meu Amor,

que alí fazia o café, que sabor!

quase não se percebia o horário.

Era momento de deixar o rancho,

bater a enxada e ir pro roçado,

lamento o peso do trabalho,

ansioso, vejo o meu quebra galho,

ai digo: coração fica sossegado!

É hora de reconhecer e retribuir,

por tudo que Deus tem feito,

sei que não mereço o resultado.

Sua graça faz-me bem-aventurado,

agradeço e descanso no meu leito.

Gilson Felinto

Gilson Felinto
Enviado por Gilson Felinto em 23/10/2011
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