MENINO DE RUA
Menino sem pai nem mãe,
Pelos outros, envolvido,
Vives na rua, largado.
Só aos teus tu és unido,
Aos pivetes és ligado.
Sem pão, sem lar nem carinho,
Corres a rua madrasta,
Enganado, seduzido.
Muito pouco é o que te basta,
À desgraça reduzido.
Pobre menino franzino,
Pedes com tanta insistência,
Persegues com tanto ardor,
Que afastas a indulgência
E só nos causas temor.
Sem ‘scola, ‘studo, valores,
O menino que é da rua,
Nem à noite tem descanso.
No seu tecto mora a lua
E a pedra é o seu ripanço.
Socorrei esse menino,
O que será seu futuro?
Valei-lhe em sua desdita.
Resgatai-o do escuro,
Regresse à vida bendita.
Lisboa - Portugal
Poema distinguido com Menção Honrosa Personalidade Portugal no Concurso de Poesia do Grupo Brasil_América Criança, em 24 de Dezembro de 2006