NÓS

Leio a vida que passou neste velho caderno, onde minha história foi escrita, lida e esquecida. São memórias que teimam em deixar escapar os poucos bons momentos.

Já a algum tempo sinto-me cansada e ao longo deste meu cansaço só a solidão como companhia. Juntas buscamos respostas para perguntas ilógicas que nenhuma de nós sabe quais.

Quanto tempo ainda teremos de esperar? Não sabemos. Somente que com certeza teremos de resistir a poucas ou muitas provações expostas a meu ser que vagueia sem entender o sentido de quase nada.

Neste lamaçal de incertezas peregrino a espera desta resposta que nunca vem.

Não sou mera coincidência.

Estou aqui, presente...

Não sou uma incognita, mas somente a solidão me conhece intimamente trocamos idéias, fazemos planos, conto-lhe meus segredos, juntas em silêncio tramamos e fantasiamos.

Solidaria essa solidão! Não me abandonou assim como outros o fizeram. Não fui boa companhia para eles assim como tenho sido para ela.
 
Quero tê-la ao meu lado por mais algum tempo, pois só assim sei que continuo vivendo.



 
Jorgely Alves Feitosa
Enviado por Jorgely Alves Feitosa em 22/10/2011
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T3291981
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