Flor poema

Sinto o brotar moroso

Um tanto úmido de uma corola

As flores do meu pensamento

Um belo robusto e forte sentimento

Dando a luz

A uma flor poema amarela e singela

Vejo sair das entranhas da terra

Um fino verde caule adágio

A sépala e os receptáculos que se abracam

De um braço se formar

Do ovário a ovulo ao entrelaçar-se

Se prepara para a procriação

Vemos sair os estiletes e filetes

Num processo contínuo, ralentando

E coroado com o estigma e as anteras

A cúpula se formou

Vejo sair deste pequeno amarelo

Espaço palavra que forma o poema

Um esquema uma morfologia

De súbito uma explosão

Saem do olimpus e da esfera rolante desde meu corpo

Palavras direcionadas a um pergaminho

Vejo o que não podes ver.

Um sistema com fonemas e morfemas

Que dará a luz

A uma pequena flor poema

Regada com as letras e com amor

Ao final a chamamos açucena

A rainha da florida deste poema

Gelassenheit
Enviado por Gelassenheit em 21/10/2011
Reeditado em 21/10/2011
Código do texto: T3290470
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