Flor poema
Sinto o brotar moroso
Um tanto úmido de uma corola
As flores do meu pensamento
Um belo robusto e forte sentimento
Dando a luz
A uma flor poema amarela e singela
Vejo sair das entranhas da terra
Um fino verde caule adágio
A sépala e os receptáculos que se abracam
De um braço se formar
Do ovário a ovulo ao entrelaçar-se
Se prepara para a procriação
Vemos sair os estiletes e filetes
Num processo contínuo, ralentando
E coroado com o estigma e as anteras
A cúpula se formou
Vejo sair deste pequeno amarelo
Espaço palavra que forma o poema
Um esquema uma morfologia
De súbito uma explosão
Saem do olimpus e da esfera rolante desde meu corpo
Palavras direcionadas a um pergaminho
Vejo o que não podes ver.
Um sistema com fonemas e morfemas
Que dará a luz
A uma pequena flor poema
Regada com as letras e com amor
Ao final a chamamos açucena
A rainha da florida deste poema