Chuva de Desilusões [Quase]
A chuva cai
Molha as ruas
As plantas
As pessoas
Molha também minha tristeza
E não a deixa ir embora
Deixa-na enxarcada, pesada
"Vai-te, deixa-me!"
Na história da minha vida
Isso fica marcado
De preto, na ausência da cor
Que é como o meu coração
Fuça minhas tristezas
Corrompendo minhas alegrias
Apagando meu amor
Minha flor, meu sol...
Ignorância da minha parte?
Talve, quem sabe? Eu não.
Mas no tormento da solidão
A depressão é amiga
Logo, logo a verei
Se lhe contarei, não sei
Mas se ela soubesse
Esse infortúnio acabaria
Ó, desgraça esse meu coração
Não se cansa de doer
Não para de apertar, diminuir
Infortúnio
Quando o sol se partir ao meio
Ou o luar se destruir
Eu quero estar contigo
Vendo a destruição que a minha dor causa
Minha alegria existe?
Aonde eu a encontro?
Eu nunca a senti, nem a vi
Eu a queria pra mim
Compartilhar? O que é isso?
Nunca o fiz, talvez nem o faça
Eu apenas queria sentir
Ver pra viver, e só!
Já não sei o que é vida
Nem sei, ao menos, se já vivi
Acho que sou estático
Apenas deixo estar
Por quê não lhe encontro?
Por quê não nos vemos?
Só pra minha vida voltar
Não a deixemos ir!
Vem, abraça-me
Entrega-te aos meus braços
A mim, a ti, a nós
Brindemos e sigamos em frente
Só não posso, não vou
Fico, grito, finjo
Não é por que te amo
Mas sim por que te odeio
Entendi o significado do meu sentimento por ti
É ódio, não amor, sim ódio
Não, não minto, digo-lhe
E afirmo ainda mais, ODEIO-TE!
Não retornes a mim
Fique distante, não quero ver-te
Distância, vá!
Ódio!
Choro agora, sem ti, sem ninguém
Me faz sentir bem, não alegre!
Só bem. Alegria, não sei o que é isso!
Mas ainda planejo senti-la um dia.
A infelicidade de te conhecer
Vem-me a tona. Agora percebo
Foi um erro. Tudo desilusão.
Choro ainda mais!
Horror, é horror
Só isso, vejo a minha frente o horror
Não seguro mais minha tristeza
Ela sai e se esbanja!
Depressão, livra-me disso.
Alguém, por favor, ajuda!
A chuva acabou e agora?
"A MORTE e só!"