AO RELER MEU SONETO
BOM DIA-8/02/2011
Eu quis acordar cantando,
Mas já perdi minha voz,
Mesmo assim, cantarolando,
vim dar meu BOM DIA a vós.
A vós que sois escolhidos,
Dentre centenas, ou mais,
Alguns de tempos perdidos,
E alguns outros virtuais.
***
Não vejo gesto de amor
Que se compare ao perdão;
Nem mais nobre, nem maior
Que estender a sua mão.
AO RELER MEU SONETO
Um verso eu quis fazer melhor elaborado,
Um clássico soneto igual aos de Bilac,
Soneto à moda antiga, bem metrificado,
Como o fizera Arthur, que foi do verso um craque.
Fiquei ante o papel, horas a fio, parado,
Buscando um verso puro, um verso sem sotaque,
Corri atrás da rima até ficar cansado,
Coloquei a cesura em lugar de destaque.
Achei que o meu soneto já estivesse pronto,
Mas quando o fui reler, verso por verso, vi
Que em cada um faltava ainda um contraponto
Que lhes pudesse dar riqueza à melodia;
E as cordas dedilhei de novo, e descobri:
Faltava-lhe a unção – e dá-la eu não sabia.