AO RELER MEU SONETO

BOM DIA-8/02/2011

Eu quis acordar cantando,

Mas já perdi minha voz,

Mesmo assim, cantarolando,

vim dar meu BOM DIA a vós.

A vós que sois escolhidos,

Dentre centenas, ou mais,

Alguns de tempos perdidos,

E alguns outros virtuais.

***

Não vejo gesto de amor

Que se compare ao perdão;

Nem mais nobre, nem maior

Que estender a sua mão.

AO RELER MEU SONETO

Um verso eu quis fazer melhor elaborado,

Um clássico soneto igual aos de Bilac,

Soneto à moda antiga, bem metrificado,

Como o fizera Arthur, que foi do verso um craque.

Fiquei ante o papel, horas a fio, parado,

Buscando um verso puro, um verso sem sotaque,

Corri atrás da rima até ficar cansado,

Coloquei a cesura em lugar de destaque.

Achei que o meu soneto já estivesse pronto,

Mas quando o fui reler, verso por verso, vi

Que em cada um faltava ainda um contraponto

Que lhes pudesse dar riqueza à melodia;

E as cordas dedilhei de novo, e descobri:

Faltava-lhe a unção – e dá-la eu não sabia.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 20/10/2011
Código do texto: T3287422