Estiagem
Queria poder chover,
E, com a minha chuva nocturna,
regar os lírios que morrem lá fora...
Queria poder chover,
e, ao fazê-lo, ver crescer
dentro do âmago da terra,
os pirilampos de um novo amanhecer!...
Mas a noite é de estiagem,
E o vento Norte secou as raízes do ontem!...
O ventre, mísero, rosna como cães famélicos.
Morrerá de fome, amanhã,
enquanto a chuva não fecundar, um novo dia...