PIRIPAQUES

Estou com um desejo febril,

é um desejo de ti.

De ti que nem em minha vida está...

Nem sei se neste mundo estás...

Nem posso descobrir se estás...

É um desejo visceral!

Desses que lascinam a alma!

Calafrio percorrendo a costela,

descendo, consumindo...

Náuseas, borboletas perdidas em labirintos...

As pernas parecem desfalecer.

E pernas desfalecem?

As minhas sim...

Enquanto isso a cabeça dá giros em torno dos pensamentos

e as palavras se esvaem por entre os meus dedos

e os lábios choram de tanto querer!

O desejo é de ti...

De ti...

Que nem sei de onde veio,

e não sei a que veio...

Suponho:

Veio rasgar meu véu,

desnudar a minha carne,

devorador de almas.

Dizer de mim, tudo o que nem sabia.

E refletes tão bem em mim...

Como um espelho,

espelho do que nunca vi,

que nem sequer senti.

Não há o que fazer...

É um bruto desejo de ti!

Fabiana Gusmão
Enviado por Fabiana Gusmão em 19/10/2011
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