PIRIPAQUES
Estou com um desejo febril,
é um desejo de ti.
De ti que nem em minha vida está...
Nem sei se neste mundo estás...
Nem posso descobrir se estás...
É um desejo visceral!
Desses que lascinam a alma!
Calafrio percorrendo a costela,
descendo, consumindo...
Náuseas, borboletas perdidas em labirintos...
As pernas parecem desfalecer.
E pernas desfalecem?
As minhas sim...
Enquanto isso a cabeça dá giros em torno dos pensamentos
e as palavras se esvaem por entre os meus dedos
e os lábios choram de tanto querer!
O desejo é de ti...
De ti...
Que nem sei de onde veio,
e não sei a que veio...
Suponho:
Veio rasgar meu véu,
desnudar a minha carne,
devorador de almas.
Dizer de mim, tudo o que nem sabia.
E refletes tão bem em mim...
Como um espelho,
espelho do que nunca vi,
que nem sequer senti.
Não há o que fazer...
É um bruto desejo de ti!