Novos Deuses

Novos deuses, sem tantos altares.
Ainda que fossem simples avatares.
Sem feridas, dores e outros males.
Mais doces, mais familiares.

Ao ré do chão, sem a opulência dos pilares.
Caminhariam, aliviando os pobres muares.
Usariam roupas comuns, sem adereços vulgares.

Não acalmariam revoltos mares;
nada ressuscitariam, porque sabem que a morte é só uma troca de lugares.
Reverenciariam o Sol, a Natureza e tantos luares.

Deuses suaves . . . sorridentes . . . livres de tantos pesares.
Tão acessíveis. Tão certos em todos os lugares.
Deveriam existir . . .