comutação

A minha negra cor

Influenciada pelo índio

O branco

O negro e mestiço

A minha identidade nago

Me invade e me faz refletir

Questionar de onde venho

Para onde vou.

Ou aonde quero ir

Não temos idade

Nem prevalência

Nem mais inocência

Temos a esperança

Que nesta inculturalidade

Nos encontremos

Chegamos com uma bagagem

Recolhemos outras e mais outras

Comutamos e nunca estamos prontos

Nem completos.

Assim que continuamos a viagem

E nem podemos dizer

Que não a vacina

Nem sina

Tratamentos hipnotizantes

Que nos fazem dúvida

A nossa origem

A nossa idade

E o que queremos

Em realidade

Em uma hegemonia

Nos brinda a comutação

Com a sua presença

Para nos fazer entender

Que é necessário

Deixar-nos influenciar

Contagiar

Para entendermos

De onde somos e para independeremos

Irmos.

Fecho os olhos

Vejo-me deitada em uma cama

Rodeada pelos meus ancestrais

Bebendo a minha morte cultural.

Desperto para um novo amanhecer

E descubro

Que se tratou de um

Pequeno sonho

Pesadelo

Gelassenheit
Enviado por Gelassenheit em 19/10/2011
Código do texto: T3286383
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