comutação
A minha negra cor
Influenciada pelo índio
O branco
O negro e mestiço
A minha identidade nago
Me invade e me faz refletir
Questionar de onde venho
Para onde vou.
Ou aonde quero ir
Não temos idade
Nem prevalência
Nem mais inocência
Temos a esperança
Que nesta inculturalidade
Nos encontremos
Chegamos com uma bagagem
Recolhemos outras e mais outras
Comutamos e nunca estamos prontos
Nem completos.
Assim que continuamos a viagem
E nem podemos dizer
Que não a vacina
Nem sina
Tratamentos hipnotizantes
Que nos fazem dúvida
A nossa origem
A nossa idade
E o que queremos
Em realidade
Em uma hegemonia
Nos brinda a comutação
Com a sua presença
Para nos fazer entender
Que é necessário
Deixar-nos influenciar
Contagiar
Para entendermos
De onde somos e para independeremos
Irmos.
Fecho os olhos
Vejo-me deitada em uma cama
Rodeada pelos meus ancestrais
Bebendo a minha morte cultural.
Desperto para um novo amanhecer
E descubro
Que se tratou de um
Pequeno sonho
Pesadelo