Espelhos
Quem será esse poeta
que a vida atiça e cala,
faz da letra a própria festa
quando em silencio resvala?
Será ele um vampiro,
desses que o verso abala,
roubando gosto e suspiro
de um amor que jamais fala?
Só o ouvimos no deserto
da cidade ou do Saara.
Mago pobre e descalço
que a rima desampara...
Terá sido dele o dardo,
que inda hoje se dispara,
faz pular de uma cartola
fina flor, palavra rara?
Mas poeta, poetinha,
sinta-se bem nesta sala
espelhada (antes minha)...
Hoje em mil faces se espalha!
Quem será esse poeta
que a vida atiça e cala,
faz da letra a própria festa
quando em silencio resvala?
Será ele um vampiro,
desses que o verso abala,
roubando gosto e suspiro
de um amor que jamais fala?
Só o ouvimos no deserto
da cidade ou do Saara.
Mago pobre e descalço
que a rima desampara...
Terá sido dele o dardo,
que inda hoje se dispara,
faz pular de uma cartola
fina flor, palavra rara?
Mas poeta, poetinha,
sinta-se bem nesta sala
espelhada (antes minha)...
Hoje em mil faces se espalha!