Liberdade
Ser livre pra correr, pular, rir, gargalhar.
Correr com braços abertos, pés descalços,
cabelos soltos, desalinhados, o vento a instigar,
sorriso aberto, lábios sem batom, desafiando percalços.
Olhos desenhados pelo brilho interior que grita,
sem maquiagem, rosto corado pela alegria pura,
liberdade pra falar o que a alma pede e exige aflita
e ouvir apenas o que há de construir e à fome cura.
Ser livre pra vomitar o mal que não me convém
pra abraçar o que aquece e expulsar o que destrói a paz.
Livre pra fazer o que der na “telha” sabendo que faço o bem,
sem refletir, criança que pode tudo, porque ferir não é capaz.
Sem medo do julgamento, porque ele, favorável ou não
será nulo do poder que julga possuir pra me atingir ou anular.
Livre pra arremessar as máscaras ao vento, na imensidão,
tão longe que não possa buscá-la e nem mesmo tentar.
E que a sociedade com suas regras pré-estabelecidas
faça bom proveito de seus rótulos que anulam o “eu”
e saia recolhendo as máscaras pelo caminho esquecidas,
que eu já não as quero, porque decidi que o caminho é meu!
Lídia Sirena Vandresen