Alberto (tristesse)
Quando tu, que vias notícias com uma revista em tuas mãos,
Sabias que era eu também
Quando tú espremias objetos com seus dedos leitosos,
Sabias que era eu também que ali estava
E por detrás de seus óculos existiu sempre um sonhador
Alguem que verás pássaros que não existem em árvores de quantum
Aqueles óculos foram contigo,
atravessaram o rio que o levou até um lugar desconhecido
Até uma praia gelada ou um mundo feito de tintas,
com um horizonte laranja, nuvens vermelhas.
Pés pisando alguma Lua, lugar que desconheço.
Ah meu querido! Se soubesse...
a vida é assim tão frágil
quanto um cristal recém-nascido
Se alguem , então pudesse ver os pássaros que viu
voando no vento frio
Ou se alguem podesse ver por detrás das lentes roxas
de seu mundo sem sentido
Verás que não partiu em vão!
Você foi de volta ao mundo das palavras de papel
E carregou contigo um pouco daquelas dores, do meu mundo
E dessa nossa verdade que é tão sua.