= ENTRE O TUDO E O NADA ( O BAILE ... ) =
ENTRE O TUDO E O NADA...
= O baile... =
(Para Lu, minha namorada.)
Meu amor,
Não quis ver teus olhos
Não pude sabes... Tive medo!
Teus olhos alegres, ou tristes,
Liberto dos meus!
Mas, não resisti!
Sem querer (Que mentira),
Vi seu vestido de Cinderela
Feito de encomenda para noite.
Um medo enorme apossou-se de mim...
Não tive coragem!
Neste momento, enquanto escrevo danças!
Que danças te poderiam levar?
Que músicas te poderiam “embriagar?”
Que braços te poderiam envolver?
Que olhos te poderiam fitar?
Que lábios te poderiam sussurrar?
Que sussurros poderiam dizer?
E agora?...
Agora tudo fugiu.
Não há sorrisos, nem chuva, nem orvalho,
Nada existe... Não há carinho!
Luto com o tempo, com as horas, com o nada.
Luto com o mundo, comigo mesmo,
Com os meus parentes...
Sou avesso às normas,
As formas idiotas.
Sou Inteiramente contra a minha covardia!
Quê fazer nesta dúvida?
Quê fazer nesta noite, entre o tudo e o nada?
Quê fazer do meu amor?
Arrancá-lo do meu peito?!
Guardá-lo na biblioteca?!
Quê fazer da essência do teu beijo?!
Tirá-la dos meus lábios cuspindo para o mar?!
Quê fazer do meu ciúme?
Transformá-lo em armadura, e partir para luta?!
... E se eu gritasse?
E se tu tivesses exaurida de dança?
E se tu dormisses cansada de ouvir
A mesma música cretina, que eu não ouvi?!
E se o sol aparecesse
De repente na madrugada
Para “fazer serão”, estragando o baile?!
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Mas, o sol não apareceria,
Nem meu egoísmo suplantaria
A música.
O teu cansaço sim, uma utopia...
O teu baile, tua alegria,
Minha dúvida...
14.01.968.
Ronaldo Trigueiros Lima.