PENULTIMA VEZ

“Quem manda na minha toca sou eu!”

Gritou para a platéia o plebeu;

Sai da frente

não enfrente,

não tente,

por aí volteio

não tenho asas mas vôo,

vôo muito além,

se não tenho todo recurso

da aerodinâmica situação,

tenho minha lírica instrução

que voa também

na telinha da imaginação,

como rio caudaloso

serpenteio,

sapateio

feito alazão fogoso

no vento ameno

com sede de veneno;

Bola fora na vida

descobri não foi pérola perdida,

foi escondida, recolhida;

Hoje quem manda na minha toca sou eu

gritou o plebeu!

Não seja ator,

que se dane o mundo

imundo

profundo,

sob as leis do doutor,

ninguém sabe, ninguém liga,

o bom é fazer festa amiga,

amigo dê uma canja

não sou laranja!

Falei

sou da periferia

to sobrevoando muitos cantos,

as luzes piscam, as luzes chamam

já disse que sob as luzes

invento meus encantos,

sorrio, choro, eternizo,

sou de pele e osso,

não vou ficar no fundo do poço!

Dá licença moço?

Sou humano

posso mano?

Veja bem não volto mais,

sobrevoei legal pela penúltima vez

a última já tem hora,

ta escrito: Quando eu for embora,

hoje quebrou o encanto,

quem quiser ir deve sair

pra ser feliz? Só se for agora,

Nada mais a declarar, nada a dizer,

não vou mais ler.

Não me atente, nem queira

não vou ler a outra maneira.

20/12/06

ANDRADE JORGE

ANDRADE JORGE
Enviado por ANDRADE JORGE em 26/12/2006
Reeditado em 27/01/2007
Código do texto: T328293
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