Como os invejo...
Vocês pensam que eu não queria ser um alienado?
Eu invejo os alienados, e seus destinos traçados.
Desde antes de nascer, acreditam que nunca vão morrer.
Invejo sua força firmada na ignorância.
Ah, como eu os invejo...
Invejo a suas mentiras convincentes
Pelo menos para os dementes.
Cegos pela fé eles enxergam o que não existe
E sem dúvida sofrem e persistem.
Ah, como eu os invejo...
Na infância as crianças acreditam em Papai-Noel
Quando crescem e se alienam acreditam em Papai-do-Céu.
E também quando crianças se assustam com o Bicho-Papão
Novamente sem largar a fantasia, agora temem o tal Deus de Abraão.
Ah, como eu os invejo...
Agora já é tarde, não posso mais fechar os olhos.
Triste sina dos que sabem que isso tudo é ilusório.
Temos que carregar o peso do mundo e toda a sua realidade nas costas
A razão nos dá as perguntas, mas, a fé, não nos dá respostas
Ah, como eu os invejo.