FILHOS DO MAL
As escolhas são felizes
Quando as fazemos com os corações livres
Fincados na raiz e acima dos morros e das constelações
Não temos asas e sim vibrações...
Nosso momento nestas plêiades é um segundo
Perto da eternidade do mundo, escuridões e porões
Chorando-nos sumimos em lavas nos pós e vulcões
Que se empedram dentro da gente
Como caranguejos de mágoas
Que em vez de andar pra frente
Só anda pra trás com olhos graúdos
Sempre a espreita da presa e do absurdo
Como serpentes boiando n’água...
De todos os perigos o homem é o mais temido
Porque reside em todas as placentas da crueldade
Na lua das evocações usam todas as suas
Inúmeras armas sutis como vermes na fruta
Não mitigam diante da sede da vingança
Vivem das ortracizações
De querer viver a sua vida
Dentro das outras vidas
Escaneando-as como se pudéssemos
Julgar sem sermos julgados
Vidas livres de amálgamas
Que não lhes pertencem
Vivem da exsudação da lama
E da trama dos vencidos
Como se o ser humano
Fosse um brinquedo a ser vendido...