Doxa

Entorpecido pela razão que me fustiga

Imbuída em dores lancinantes minha’alma enegrecida

No furor das procelas de sonhos enigmáticos

Envolvo-me em pensamentos comisceráticos.

Enxergo o tempo como um filme em câmara lenta

Vicissitudes, dores e a letargia que me apascenta.

Em logos infrutíferos busco a arqué.

E me pergunto a todo instante, isso serve para quê?

Olho em volta e enxergo um cosmo caótico

O paradoxo universal da criação.

Elipses orbitais, RNA’s helicoidais viróticos

É a constante ociosidade da ação.

Do Panta Rei de Heráclito aos Paradoxos de Zenão.

Do monismo de Parmênides à República de Platão

Tudo é doxa, não passa de mera opinião.

Sobre ignorância, conhecimento, fé e nossa tola razão.