TALVEZ NUNCA...

Nunca apresente meus textos,

Nunca leia meus versos.

E pensar que já desfiz sem jeito,

Pra reformar tudo ao inverso.

Se tentares mostrar sem ter visto,

Ou tirar dos olhos sem decalque,

Eu já retorci, ao invés, não é aquilo,

Que num limiar o coração me parte.

Pode até descobrir. É possível,

Pois, foram colhidos no inverno,

E só quando disser: é plausível.

E não for buscá-los num inferno.

Aprenderá que todo frasear é forjado,

Eles surgirão, em mim, e em bandos.

Verás que as ruínas ficarão ao seu lado,

E um sublime toque mudará seus planos.

Há de contentar-se e só contemplar,

O que te induz essa minha frase solta.

Então, meu fingimento vai te mostrar,

Que minha dor é essa, nunca foi outra.