SONETO - II
Entender não consigo o que é isso
Que ocupa minha mente já faz dias:
Um misto de espontâneas alegrias,
E um laivo adocicado de feitiço...
Somente a procedência desse viço,
Que nutre tão estranha fantasia,
Sei qual é, e tu mesma saberias,
Se meus lábios radiassem teu sorriso.
Mas não serão, talvez, esses efeitos
Presságios de um pungente sentimento,
De encobertos espinhos todo feito?
Rejeito, porém, tal pesar aflito,
E me flagro em total deslumbramento
Buscando nos teus olhos o Infinito...