Podre

Não consigo ordenar minhas idéias

E não sou boa em nada do que faço

Eu tenho o meu próprio fracasso

Espelhado em tudo o que escrevo

E digo isso tudo sem nenhum medo

Sou medíocre, pois tento enganar

Aqueles que pouco conhecem da arte

Vendo palavras sem nexo

De tão vazias e sem verdade

Como um abutre a rondar a carniça

Vejo meu próprio corpo se decompor

E como tal, oportunista

Me deleito de minha podridão

Por este ser o último prazer

Que em vida me sobrou

O sono custa a chegar

É sinal de futura morte

Quando os olhos se tornam negros

E no rosto as crateras do crânio

Se evidenciam abaixo dos óculos

É a carne apodrecendo

É a morte gerando a vida

Do verme que vem às vísceras corroendo

Stephany Eloy
Enviado por Stephany Eloy em 14/10/2011
Código do texto: T3275530
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