Tempo
A saudade é um precipício
onde despenco em solidão
A mão do tempo tem pressa
em fazer passar as horas.
Tudo em princípio demora
parecendo ser tão rápido
Frágil fio da vida que se esvai
pela ampulheta insensível.
Aquela que marca o possível
do resíduo de prazer permitido
Parcas me são as certezas
quando presumo o click do futuro.
Ouso viver à margem dos apuros
nas contínuas encruzilhadas
Paralelas às idéias e filosofias
seguem as cousas ao fluir do tempo.
Não me leve à sério nesse momento
aliás, nunca me leve à sério
Apesar de meus olhos tristes
a agonia (de) um dia sempre termina.