Espinho-de-liz
Careço enfim desse ilícito moral,
Que me sangre a carne de prazer,
Que me rasgue o peito de culpa,
Que me deturpe o bom nome
E me exponha ao seio social,
Se assim me houver de ser,
E de desvelar o ser infame,
E de enterrar o bom-mocismo.
Mas que se me devolva o verso
E se me nutra o gozo profano,
Que se julga e se condena na corte,
Que se perdoa e se deseja na cama.