Espinho-de-liz

Careço enfim desse ilícito moral,

Que me sangre a carne de prazer,

Que me rasgue o peito de culpa,

Que me deturpe o bom nome

E me exponha ao seio social,

Se assim me houver de ser,

E de desvelar o ser infame,

E de enterrar o bom-mocismo.

Mas que se me devolva o verso

E se me nutra o gozo profano,

Que se julga e se condena na corte,

Que se perdoa e se deseja na cama.

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 13/10/2011
Código do texto: T3275191
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