Ínterim do absurdo...

“Quando se não chora, parece que as lágrimas nos caem todas cá dentro e queimam; e o padecimento é então de morte.”

Dinis, Júlio

Se eu choro,

se eu calo,

se eu urro

ou se sussurro...

Nada altera, nada varia.

Tudo continua ermo dentro de mim.

Meus olhos falam, não falham, fitam o além...

Depois olham para dentro de mim

e enxergam a dor que

padeço e você não vê.

É a minha dor extremada

no reflexo de mim mesmo.

É nesse ínterim do absurdo

que brincam

dentro de mim:

a ferida e a dor

o amor e a saudade,

eu, você e as vontades...

Se eu choro

se eu calo,

se eu urro

ou se sussurro...

Nada altera, nada varia.

Tudo continua ermo dentro de mim.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 13/10/2011
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