Cura
Não é preciso curar um querer bem
Que brota sem escolher o tempo, o lugar
É tal flor do campo em sua leveza
À brisa da manhã bailando
Passos de rara beleza
A flor do campo não tem outro
A não ser o compromisso
De festejar o azul do verão
De alvejar ainda mais as nuvens
Nuvens lindas da solidão
Aquela flor pequenina, amarela e franzina
Só uma coisa almeja
Ouvir a cigarra no tronco da árvore ciciar
E, quem sabe, um dia, em um buquê vá pousar
Num altar de uma igreja
Do sino sob as badaladas sonoras
Oferecendo seu restinho de vida
A todas as nossas senhoras
***