Cura

Não é preciso curar um querer bem

Que brota sem escolher o tempo, o lugar

É tal flor do campo em sua leveza

À brisa da manhã bailando

Passos de rara beleza

A flor do campo não tem outro

A não ser o compromisso

De festejar o azul do verão

De alvejar ainda mais as nuvens

Nuvens lindas da solidão

Aquela flor pequenina, amarela e franzina

Só uma coisa almeja

Ouvir a cigarra no tronco da árvore ciciar

E, quem sabe, um dia, em um buquê vá pousar

Num altar de uma igreja

Do sino sob as badaladas sonoras

Oferecendo seu restinho de vida

A todas as nossas senhoras

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taniameneses
Enviado por taniameneses em 13/10/2011
Reeditado em 24/01/2013
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