Se me perguntarem

Estendida diante seus olhos

Meu corpo desnudo

Em sua mão primeira

Entreguei-me.

Entre tantos medos

Guardados em segredo

Abracei teu medo ao meu.

Senti as curvas molhadas

Por sua boca regada

Feito orvalho invadindo botão.

Aos poucos tudo foi se abrindo

De alegria o jardim florindo

Na mais bela sedução.

Quem pensa perder a pureza

Ao abrir as portas

É porque não sabe da grandeza

Da vida vencendo a morte.

Indaguei-me já sem juízo

Onde foi que amor tanto guardei?

E nessa loucura improvisa

O primeiro grito de prazer lhe dei.

Não sei se isso ao menos passeia

Em seu olhar de forma maravilhada

Se ainda te visito no frio da madrugada.

Se me perguntarem

Porque dessa forma entregaste

Sem preço nenhum de resgate

Tão precioso amor?

Diria com emoção

Vês aquela flor se abrindo

Ao calor da luz sorrindo?

Poderias dizer a ela

Pra fechar as janelas

E se alimentar de escuridão?

Lucinda
Enviado por Lucinda em 12/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3271844
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