Delirios Insensatos
Delirios nos versos de Petrarca,
na lenda de Noé e sua Arca
e na inútil fuga
de Caronte em sua barca.
Delirios da nova marca,
da esperança em Lamarca
e do sonho sonhado
em sono quebrado.
Delirios sombrios
de dias vazios
e do triste gosto
que nos é imposto.
Delirio da poetisa
que declama um amor
que se eterniza,
um orgasmo que a vida
suaviza
e uma rima que
toda ponta alisa.
E tudo é apenas
um delirio da Morfina.
Companhia que me
resta
em cada puta de esquina.
Delirio Insensato,
como a saudade
no porta-retrato.