Geografia do azul
Vemos o mundo que sabemos
Pelos sentidos da palavra escrita
Temos as manhãs de calma
As tardes de silêncio
As noites de cósmicas lições
Prosseguimos desconhecidos e unidos
Pela curiosidade da voz
Que a palavra escrita adula
Sobre a alma clara
Das duas almas em retrato fixo
Movem-se círculos de pensamentos
Na embriaguez vetiginosa do instante
Nessa palavra sem corpo e sem rosto
A voz une sílabas de olhos pássaros
No voo altíssimo do mistério nítido
Na bissectriz de dois pontos distintos
Tão distantes quanto onipresentes
Eles cantam, eles cantam verbos
Embalando as estrelas cintilantes...