Feche a porta
Ah, não disfarce
Não banque o cientista
Minha alma é de artista
Não cante que eu não ouço
Não grite, pois eu levito
Entre em casa e feche a porta
Por natureza, sou torta
Não faça cara feia
Eu penso que é carnaval
Corro pro meio da rua
Vestida de crepom
Danço na chuva
Até ficar nua
Não faça beiço, pois mordo
Não celebre missa
Eu ironizo o padre
Não dê esmolas para comprar o céu
Eu sou palmatória
Não me ensine a falar
Pois eu sou discurso
Não me dê seu abraço de urso