O sul do vento

Mesmo insólito

Tudo o que se desvanece

Procura imagem

Como as ações do vento.

Há que se saber beber do vento

Translúcido e forte

A doce primavera hostil

A se deslocar enigmática

Entre a vaidosa ornitologia dos espíritos

Nessas medidas de catavento e silêncio.

Entoa o vento o canto entre as cortinas

Percorrendo areia e trigo na pele nua

Enquanto meneia os cabelos perfumados

Pintalgados de crepúsculo

Na pintura espectral dos movimentos.

Ah primavera hostil e bela

Deslocando-se na planura

Feito vendaval que rodopia

No torvelinho infantil a brincar na esquina

A mesma esquina que fabrica encontros.

SVP