Estrada de terra batida

Estrada de terra batida

Ao sol do meio dia

E lá eu ia

Com as mãos prendendo mil sonhos

Que talvez não voassem por isso.

Meus pés sob o menino

Não tinham preguiça

Também pudera tanta juventude.

Quem dera hoje

Com toda a experiência.

Paisagem de flores amarelas

Ipês brancos de tanta espera

Aguardavam na beira da estrada

Um menino que fosse

Um homem que visse

Suas belas feições.

Onde estará o menino?

Terá escondido o submarino?

Quem sabe se antes de crescer o desmontou?

Sei que sofria e queria afogar as lembranças

Nas águas dos mares por onde navegou.

De repente, as mil borboletas

Saídas como que de trás da orelha

Juntam-se na minha memória

Ao menino que ia

Na estrada de terra batida.

Lembram-me uma menina

De um tempo futuro àquele

Que as amava tanto

E, portanto,

Me as pediram em poesia.

Num fim de tarde

No limiar da estrada

Antes do novo ano

Veio a dona dos meus sonhos

E pôs-me ao pescoço um beijo

Em cujo gesto quis de fato

Juntar aos meus passos

Seus pés, sua alma.

Rossan
Enviado por Rossan em 07/10/2011
Reeditado em 07/10/2011
Código do texto: T3262934