A VISITA

Com a saudade eu quis rever a musa.

Estava descalça, com linda blusa

Capinando tigüera de milho.

Entrei no sítio por pequeno trilho

Para ver direito as terras, com chuva

Enquanto havia sol com tanto brilho.

Você capinou um pé de “picão”,

Encheu-se-lhe as vestes com tantos dardos

Dessa terrível praga dos roceiros

Parecendo a tristeza de alguns bardos

Que perdem seus amores altaneiros.

E paramos então ali na sombra

Para tirarmos os dardos horrorosos

Depois trocamos afagos amorosos

Até chegar a desejada hora

De parar o serviço e irmos embora.

Até outro dia, sítio de Raquel,

A minha musa maravilhosa e fiel.

Salé, setembro, 2011 – Lucas