vida da minha vida
mulher querida
vida da minha vida
amada
razão de tanto
de quase tudo
de tudo
que não era nada
és tão tamanha
tão enorme
que quando meu peito inteiro
cansado dorme
que quando meu peito inteiro
abandonado sonha
só encontra a ti
vagando ali
por perto
em volta de mim
nossos caminhos
se entrelaçam comuns
fatalmernte
nossas bocas caladas
se encontram entre si
docemente
talvez sejam
as conjunções obscuras
que se espalham pelo universo
talvez seja
algum poder maior
um deus
o calor de um outro sol
que te fazem caber simplesmente
dentro dos meus versos
tristes e comoventes
dos meus poemas ateus
espalhados pelo lençol
tua ausencia me custa tanto
infinitos desertos
solidões profundas
prantos e prantos
noites infindaveis
que os meus pobres pensamentos
por mais audazes
por mais ageis
que sejam
não te superam
e de acostumados
pacientemente
te desejam
e ainda te esperam