QUELHA

As avenidas largas agora me cortam a essência.

Trazem concreto, violência e impersonalidade

E a velocidade do tempo me esgota os poros.

Meus olhos secos sangram ao sol e ao vento.

Quero os caminhos apertados e pequenos

Que me enchiam os olhos de simplicidade

E a boca com o sereno gosto da meninice.

Eles me ninavam com promessas de futuro.

Oxalá, pudesse eu ainda ser acalentado!