Desejo Noturno Perfumado...

Ecos no espelho,

Secas e fixas sombras ásperas.

Olhos suicidas,

Bocas vermelhas impulso negro,

Aroma de pecado.

Nas cinzas do leito alastra tua língua Lívidas orquídeas,

Noite febril oscilando beijos devassos,

Infinitamente rubros lábios.

Dissolvida virgem nua,

Decaída ardente anjo,

Embraseada de luxúria,

Inclinada tua rosa repousa,

A sede sanada na fonte do longe na hasta alta,

A orla dos frutos a plenitude alimenta.

Fitei-a...

Soprando teus desejos noturnos,

Lentamente nasce o inferno,

Toco sangrentas coxas,

Entorpeço tua carne fresca,

Incinerando enlouquecidas ordens,

No soluço frágil de teu corpo dopado.

Deflora teu riso na paisagem,

Tua cintura desce no suor,

Toda espera tem um real sentido,

Em nosso leito saciado,

Juramos palavras de mortais.

Amantes lamentando a crueldade do tempo,

Na seara do silêncio puro.

Matamos a loucura de um vidro secreto,

No alento das ilusões de um lume.

E exausto,

Rasguei meu seio,

Da fatiga anoitecida,

De palavra em palavra,

Dei teu nome a tudo dentro de mim.

E retalhei o sabor da beleza,

Para dar-te um vinho de sangue,

E molhar teu rosto,

Abluindo teu seio de fogo.

Originando o elo e sua decadência maldita

Até a morte do que fomos...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 06/10/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3262041
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