Foi seu olhar que de repente deixou de me ver,
agora me vê nem sei o que, nem sei quem, nem sei qual...
Eu, sempre igual, tal e qual, esse mesmo que sigo sendo,
custando tanto a entender este seu olhar de não mais me ver.

(Pobre da criança quando cresce,
perde toda a graça nas coisas que não pode mais fazer.
Assim são os afetos quando decrescem:
esquecem de toda a graça que costumavam ter).

De cismar sozinho à noite eu custo tanto a entender
esse meu olhar que saber ver esse seu olhar
como sempre viu esse seu olhar que não quer mais me ver...

E não olhamos nunca mais aquele mesmo olhar de ver,
de cismar sozinho à noite fui tecendo um olhar de esquecer...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 06/10/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3260229
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