Cometa

Por que tudo teria ficado assim infinitesimal

Cheirando a passado e com esta voz rouca de baus

Por que teria eu conduzido o barco

Para que atravessasse rapidamente

E do outro lado

Do lado contrário ao que foi presente

Nem a lembrança do adeus existe

Nem a vontade de que a viagem tenha retorno

Foi tudo tão bonito

Até que o corvo

Da noite fria sobre os oceanos

Cobrisse de negror as estrelas e o minguante da lua

A fase descendente

Se escondesse de mim

Como se fora demente

E ver não pudesse

Que não passou de um cometa milenar

De rastro longo e reluzente

taniameneses
Enviado por taniameneses em 06/10/2011
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