Cadeira

Impotente como

leão enjaulado,

sinto inútil

a força que

me resta.

Vejo o Mundo

pela metade.

Estou confinado

a duas rodas

e à cobrança

que me fazem:

seja forte,

sorria,

vença!

Cadeirante estreante,

arrisco uma

verdade petulante:

Tenho medo,

tenho raiva

e choro de

tristeza; e

sonho com pernas

estendidas,

nas ruas que

me foram conhecidas.

Não sou quem

esperam.

Sou quem

desesperam.