Bruxa
É a dança do diabo em volta a fogueira gitana,
O som flamenco que soa do violão de terras castellanas,
É o pagão amando a chama, é o Pai que me ordenando o certo.
Revolução de porcos, galinhas e vagabundas vestidas de damas...
São as chamas do Inferno profanando la tierra imaculata,
O Dragão engole o mundo y el mundo nos traga...
É solidário a longo prazo, o beijo do vindicador,
Que devolve para as mãos do patriarca, as almas partidas...
-Vadia, prostituta, traidora,
Beija a cruz e resigna dos teus pecados...
Bruja, puta, amante del diablo,
Queima e esteriliza esse corpo corrupto...
É a dança das mil chamas, é a vontade das mil espadas,
Enlouquecidas pelo sangue, louvando, sentindo, gritando... Redimindo.
Hijas bastardas del zurdo...
As donzelas ferreas chorando sangue...
Contra-aspirações no coração do velho mundo.
É o Torto lambendo, o velho mundo...
O pagão chorando a infidelidade, a voz do povo que quer sangue...
Sangue do povo... Sangue de mulher...
- Cospe sobre a cruz que salva, Vadia!
Então sê a amante do cornudo a última vez...
Beija, cristo, o que redime, com essa tua boca de puta,
E porque é o ultimo homem que beija na tua vida
Vai que as chamas vão lamber sua alma,
E ama o diabo para sempre.
É livro fechado, é santidade encerrada por hoje...
Sangue espalhado, cheiro de mulher queimada...
É vindicado o direito pela alma, é a vitoria do Senhor essa noite,
Pagão sangrando, bruxa queimada, gitano assassinado.
Matar para salvar, salvar para repousar...
Essa noite entro no portão do céu.