POEMA LONGO: CANTO III - TRANSFORMAÇÕES...

Canto III:

Moça, moça, moça ainda...

As águas dos rios correm soltas...

Levando consigo o que encontram pelo caminho!

Às vezes parecem mortas,

Quando calmas e serenas formam lagoas...

As águas dos rios apenas descansam...

Mas estão á procura de outros caminhos,

Por onde correrem livres e soltas!

Edvaldo Rosa

14/12/2009

Moça, moça faceira e esperta,

A tudo fazendo graça, fazendo festa!

Com um sorriso na face,

Transbordando alegria no coração!

Cuidava de não cuidar da vida tão incerta,

Deixando que ela se fizesse...

Buscando em tudo um regalo,

Uma alegria, uma graça!

Olhos agateados, diretos,

Fixos nos bordados, e nos rapazes por perto!

Olhos acostumados com detalhes,

Afeitos aos desenhos dos próprios moldes do vestuário...

Que os dedos desenham desenvoltos...

Dedos de mãos que muitos partos ajudaram,

Trazendo ao mundo, os frutos do amor,

Que o amor dos outros fecundou!

Moça, moça, moça ainda,

Era sempre pretendida nas festas,

Rapazes lhe lançavam,

Olhares de espanto e cobiça!

Rapazes se curvavam ás suas graças,

Tenras e frescas de moça, moça, moça ainda!

Mas a lei imperava,

E dela nada esperassem além de um olhar!

Talvez um sorriso disfarçado,

Escondido entre as mechas dos cabelos,

Que ela em sua negritude trazia trançado,

Com apuro e cuidados...

Como moça, moça ainda, trazia consigo um sonho

Bem sonhado...

Sonhava com o amor que um dia encontraria,

Só não sabia que por ele seria encontrada!

E foi o amor, matreiro e dissimulado,

Que traindo os seus cuidados,

Atraiu um pretendente,

Entre tantos rapazes dantes subjugados...

Foi justo aquele,

Que dantes houve de ser dispensado,

Com um sorriso entre dentes,

Escondidos por lábios meigos e delicados...

Mas o rapaz era enfim atrevido e abusado,

Jurara que um dia a teria sob os cuidados,

Não se importando com o tempo

Que para este fim houvesse de ser dispensado!

Das festas que participa,

Em uma ele estava, noutras estava ausente!

Numa delas, naquela da grande casa,

Que a sala dava para um jardim florido,

Eles se encontraram,

Ele declarou-se enamorado,

Ele, a queria consigo, lado a lado,

Ela assustou-se, pensando ser apenas um galanteio!

Veio o tempo, na vida da moça, moça ainda,

Sua vida seguia passo a passo...

Quando veio, a saber, da surpresa,

O destemido moço havia a seus pais um pedido formalizado:

Queria a moça, moça por esposa,

E para tanto, pedia a permissão aos seus pais,

A ela pedia a mão e sem dizer sim ou não,

Os seus destinos foram entrelaçados!

Desde então eles tem seguido juntos,

Um mesmo caminho de amor!

Envolvidos em carinhos,

Com uma sempre viva emoção!

E tão moça, moça ainda,

Fora chamada para viver outra vida...

Foi ser o que a mãe sempre fora,

A mulher, a esposa, a mãe, genitora de vidas e almas outras...