VINHO
Vinho tinto
Reflexo de sangue
Odor de zinco
Na inércia do trinco.
Vinho seco
Nó na garganta
Não era ouro de tolo
E sim raros diamantes.
Vinho suave
Era cisne
E não corvo
Aquela estranha ave
Em lépida arribação
Eis o motivo da desolação.
Vinho branco
Discernimento manco
Sentidos vencidos
E agora cá perdido
Sem nada do tudo que tanto preciso
Com tudo do nada disso que nem preciso tanto
Sem essa sensação de estar vivo
Sem céu, sem chão, sem grão, sem relativo