Sonho de outono

Não sei bem por onde começar

Nem o que escrever,

Fato normal quando falta um pouco de ar

E o corpo começa a padecer.

Tudo começou naquele dia,

Estava sentado vendo as folhas que caem no outono,

De repente, surge por entre elas,

Algo tão admirável quanto o sol se pondo.

Não sabia quem era, tão pouco de onde veio,

Contudo não era mais um de meus devaneios.

De tanto procurar esperando, quando enfraqueci, apareceu.

Olhou dentro dos olhos meus.

Êxtase percorreu.

Sentou ao meu lado, parou e viu os últimos raios de sol,

Sem saber o que fazer calei, a vi esboçar um leve sorriso de canto.

Será que é ela quem procuro e amo tanto?

Um amor platônico que vai contra todas as regras

Nunca à vi, mas sei que é ela.

Após ver os últimos raios sol, sentou mais perto e me abraçou.

Em uma troca de olhares ínfimos falamos ao mesmo tempo

Risadas envergonhadas,

Pude perceber suas bochechas rosadas.

Meio que como um ímã, nos entrelaçamos naquele banco.

Como um ser pode ser tão perfeito e misterioso?

Revelou seu nome:

-Mônica.

Exatamente ela, que procuro a tanto.

Levantou e andou como se estivesse em uma valsa,

Pude perceber seu doce lirismo,

Caindo em si, percebi que se afastava.

Continuou andando e dançando, perguntei:

- Para onde vai?

Ela responde com uma doce voz lírica:

- Continue procurando...

Aos poucos percebo que tudo não passou de um sonho,

E que Mônica insiste em jogar seu jogo sempre que caio no sono.

E assim aconteceu mais um sonho de outono.

Assis Neto