RECADO PRA MORTE
Da minha porta vejo a foice torta
E uma cabeça indefinida.
Se há mais e assim se comporta,
Vence sempre a desejada vida.
Respeito-te, mas não te venero.
Acredito-te por observar outros,
Todavia devo ser sincero
Medo de ti, tenho pouco.
Vejo sombras e horríveis lendas,
Cheiro forte e podridão,
Mas depois da carne, entendas:
Há sobrevida na imensidão.
Por tantas teorias e assombro,
Por dúvidas e pouco-caso,
Deixe-a vagar pelos escombros
Longe de mim e com muito atraso.