Linguas falecidas
Estou cheia de línguas mortas por todo o meu corpo
Que não é o latim
Pois este já esta em mim gastado
Me causando apenas longes urticarias
Línguas mortas de culturas remotas
Que já não podem decidir por mim
Mesmo assim me causam medo
Que possam de certa forma reviver
E voltar a comandar-me
Línguas mortas que não são as de um pai
Que esta sempre a dizer
O que é certo e errado
Na educação de uma menina
Para se tornar uma linda
Adequada mulher
As que me refiro são aquelas
Atuam como lapidadores
Pois não somos completos
Nem vollkommen
Necessitamos viver
E estaremos sempre a aprender
Para desaprender depois.
As minhas vidas estão cheias de línguas mortas
Que são, enfim, os pensamentos
Da cultura que vive em mim
Sinto que me olhas e queres perguntar-me
O que são línguas mortas?
Está metáfora efervescente
Em minha memória que jamais se pode abolir.
Já que é ter necessário um passado
Para poder o futuro alcunhar
Bebendo um vinho
Fumando um charuto
Sentada a porta de um idílico
Habitar que ousaremos chamar poeticamente
De lar