AUSÊNCIA

Receio que não venhas nesta tarde

Apreciar o pôr-do-sol encantado!

Estou sentado diante de um mar imenso...

A brisa salpica o cheiro agitado

Das ondas que tentam fugir do denso

E furtivo existir. Mas não conseguem:

— São sempre puxadas de volta

Feito um lenço de um breve adeus!

Receio que não venhas.

E sem teu abraço,

Teu calor,

Teu beijo,

Sinto-me pobre peixe

Que nadou mares e oceanos

Mas morreu na praia da tua ausência,

Na solidão dos enganos.

Receio que não venhas nesta tarde

Apreciar o pôr-do-sol encantado

E que tua ausência me guarde

Apenas como uma solidão

Fria e covarde.

***

GILMAR PEREIRA LIMA
Enviado por GILMAR PEREIRA LIMA em 03/10/2011
Reeditado em 19/04/2015
Código do texto: T3254955
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