Felicidade, onde estás...?

Durante longas caminhadas da vida, vi muitas coisas...

Coisas que gostaria de ver, outras de não ver,

umas de sonhar, outras de penar...

Em cada canto, encanto, outros desencantos,

uma gente, em muitos indigentes, vazios...

Uns se chamam solidão, outros decepção,

uns são amarguras, outros amarras duras,

uns desprezos, a outros faltam endereços,

uns descrenças, outros só desavenças,

uns doentes, outros sem se acharem gentes.

Mas cada um com seu fardo, sem olhar pro lado,

sem olhar pra frente, sem olhar pro alto, vai-se andando com andar indiferente...

Nisto, perigo! O maior inimigo é o que se vê no espelho.

E o que não se vê? É preciso enxergar, há tanto a sonhar, a viver, a olhar...

Um lugar pode ser um depósito de entulho,

um matagal ou um lindo jardim floral.

Tudo depende da forma que se cuida,

que se trata, que se zela, que se muda...

Há tanta esperança esquecida pela dança do pra lá e pra cá.

Há que ver o que se aproveita.

Há que se catar o que vai se apresentar.

Há que se fazer acontecer sem se esperar anoitecer,

começar no amanhecer, longe se vai ao entardecer...

Mas pra terra florescer, há que chover, se arar, se plantar,

mas sem a ajuda dos céus, vai tudo secar...

Deixar a natureza fazer sua parte, ver seus rumos e navegar...

Deixar o tempo fazer sua parte, sem se descuidar,

neste grande mar da vida, rumos é preciso traçar!

Há muitas ilhas no caminho,

em umas se abastecem, outras se esvaziam,

de umas se partem, em outras se chegam,

em umas se descansam, em outras se levam peso.

Mas a felicidade?

Onde está que não a vemos, não a temos ou não queremos?

Ora temos, por vezes não podemos.

Mas, está bem do nosso lado...

Com o que somos, com o que temos, com o que podemos,

É preciso enxergar, abrir os olhos e abraçar!!!