O MEU VINHO ENVENENADO
Destilo os teus venenos em tinto vinho
E com ele mancho a colcha que é de linho
Já não dói como doía antigamente
O teu ódio é indolor, em mim ausente
Morreste para mim naquela noite
Onde a palavra distorcida foi açoite
E não ficou no relicário uma esperança
Então não guarde essa ponta de lembrança
Eu prefiro teus venenos destilados
No meu vinho, tinto e seco, degustado
Eu prefiro esse ócio às lembranças
Do que dar-te no final uma esperança
Se foi assim, está escrito, então que seja
Foi tudo sonho, agora é jaz... tenha certeza!