Espetacular insulto

Triste noite triste estrada

Solitária madrugada

Pela fome dominada

De chorar perdeu o sono

Uma negra pobre triste

Em um mundo que insiste

Em dizer que não existe

Nem sustenta cão sem dono

Preferindo estar morta

A sua garganta corta

E caindo bem na porta

Principal da prefeitura

Dum governo maquiado

De soar endiabrado

Tem o povo enganado

Desprovido de cultura

E a negra moça pobre

Que sonhava em ser nobre

Com a lamina de cobre

Desistiu de acreditar

No final dessa história

Que carrego na memória

De tristeza tão notória

Para todos vou contar

A tristeza transcrevida

Nesse caderno da vida

Que vislumbra a saída

Através de educação

Vem mostrar pro governante

Que um povo triunfante

Pesa mais que um elefante

No setor de votação.

Axeramus 19/11/2010