Poema ao meu Amor - II
Debruça-se o olhar no horizonte
Amanhecendo saudades, alvorecendo-te em mim
Habita-me o mesmo silêncio displicente
Desatento de quaisquer palavras
Aconchega-me essa mudez lassa
Que se prolonga entregue aos meus olhares
Desafiando a pressa do tempo, a urgência da existência
Como dizer dos sons que me tocam a alma
Distantes de qualquer mundo já conhecido?
Como denunciar a mansidão
Que apenas em mim se reconhece
Quando as minhas mãos valsam saudades
E me desejam ao alcance das tuas?
A solidão que há em mim fala de todos os sonhos
Dos segredos que calamos
Na cumplicidade dos nossos olhares
A solidão que me denuncia
Confessa uma ausência que sou eu, que és tu
O silêncio que mora em mim, narra a nossa história
Os passos que caminhamos
Em ruas outrora vazias de esperanças
Fernanda Guimarães